O Silêncio das Dificuldades: O que as Escolas não estão contando

✍️ O Silêncio das Dificuldades: O que as Escolas Não Estão Contando

Por Ednalva Melo 🌻


Resumo

Este artigo discute a invisibilidade das dificuldades de aprendizagem no contexto escolar brasileiro, destacando a ausência de diagnóstico precoce, a falta de formação adequada dos professores e os impactos sociais e emocionais para os estudantes. Aponta a necessidade de políticas efetivas, formação continuada e práticas pedagógicas inclusivas como caminhos para romper o ciclo de exclusão.

Palavras-chave: dificuldades de aprendizagem; inclusão escolar; formação docente; BNCC; abandono escolar.

Introdução

Em pleno 2025, o sistema educacional brasileiro ainda enfrenta um dilema silencioso: as dificuldades de aprendizagem. Esse tema, muitas vezes negligenciado, não se limita a números em relatórios ou estatísticas; representa histórias reais de crianças que, diariamente, enfrentam barreiras invisíveis e acabam marginalizadas no ambiente escolar.

Apesar dos avanços em políticas públicas de inclusão, ainda há um grande descompasso entre o que está previsto em documentos oficiais e a realidade vivida nas salas de aula. O que chama atenção é a dificuldade que muitos professores encontram em identificar e intervir adequadamente diante desses desafios.


A Invisibilidade das Dificuldades

Um estudo publicado na Revista Educação, Pesquisa e Inovação (ASS JUNIOR, 2023) evidencia que as causas das dificuldades de aprendizagem são multifatoriais, englobando aspectos biológicos, psicológicos e sociais. Entretanto, o que mais preocupa é a carência de formação específica dos educadores para lidar com tais situações.

Grande parte dos profissionais não recebeu, durante a graduação, preparo adequado para reconhecer sinais de transtornos como dislexia, discalculia ou TDAH. Essa lacuna formativa resulta na invisibilidade de muitos estudantes, que passam anos sem apoio pedagógico apropriado.


O Preço do Desconhecimento

A ausência de diagnóstico e intervenção precoces pode trazer consequências devastadoras. Alunos que não recebem o suporte necessário acabam enfrentando repetência, desmotivação e, em casos extremos, abandono escolar.

Com frequência, esses estudantes são rotulados como “preguiçosos” ou “desinteressados”, quando, na realidade, estão lutando contra barreiras cognitivas e emocionais invisíveis. Esse estigma reforça o ciclo de exclusão, comprometendo não apenas o rendimento escolar, mas também a autoestima e a perspectiva de futuro.


A Falta de Ação

Apesar de existirem políticas que incentivam a inclusão, a prática nas escolas ainda é limitada. Educadores relatam que, mesmo quando percebem as dificuldades dos alunos, não sabem como agir.

A falta de recursos pedagógicos, de apoio multiprofissional e de formação continuada contribui para esse cenário. Além disso, a sobrecarga de trabalho e a resistência institucional a mudanças dificultam a implementação de práticas pedagógicas mais eficazes e inclusivas.

O Que Está em Jogo

Ignorar as dificuldades de aprendizagem significa negar a milhares de crianças e adolescentes o direito à educação de qualidade, previsto na Constituição Federal e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB).

Garantir o pleno desenvolvimento dos estudantes exige investimento em formação continuada de professores, ampliação da rede de apoio especializado e conscientização sobre os transtornos de aprendizagem. Apenas por meio de práticas pedagógicas diferenciadas será possível assegurar que todos tenham condições de alcançar seu potencial máximo.


Conclusão

As dificuldades de aprendizagem não podem permanecer como um tabu nas escolas brasileiras. É hora de romper o silêncio, reconhecer os desafios e agir com firmeza. A educação inclusiva vai além de diretrizes legais: trata-se de uma questão de justiça social e respeito aos direitos humanos.

Não podemos permitir que mais uma geração seja deixada para trás por falta de preparo, recursos ou vontade política. Investir na identificação precoce e em práticas pedagógicas inclusivas é investir no futuro do país.


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Referências

ASS JUNIOR, A. S. Dificuldades de Aprendizagem: possíveis causas e implicações. Revista Educação, Pesquisa e Inovação, v. 4, n. 1, 2023. Disponível em: https://revista.ufrr.br/repi/article/view/7910. Acesso em: 3 set. 2025.


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Ednalva Brito de Melo
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✍️ Setembro, 10 de 2025

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