Resgatando o Civismo:Desfiles, Aprendizagem e identidade Nacional

✍️ Resgatando o Civismo: Desfiles, Aprendizagem e Identidade Nacional 🇧🇷

🌻 Por Ednalva Melo

Durante décadas, o civismo esteve presente nas escolas brasileiras como um elo de união entre educação e sociedade. Quem não se lembra dos tradicionais desfiles de Sete de Setembro, onde alunos marchavam em fila, vestidos com fardas cuidadosamente lavadas e engomadas, em respeito à Pátria? Era um momento de expectativa e pertencimento.

As famílias se mobilizavam para que tudo saísse perfeito e, após a solenidade cívica, vinham os jogos, campeonatos e atividades culturais. Era um ciclo que integrava disciplina, valores e orgulho nacional.

Mudanças ao longo dos anos

Hoje, quando olhamos para trás, percebemos que algo mudou. O sentimento coletivo de “ser brasileiro” perdeu espaço para novas demandas, novas formas de interação e, sobretudo, para a fragmentação de valores.

Não se trata de nostalgia, mas de análise crítica: o civismo que moldava gerações foi, aos poucos, substituído por um modelo educacional que, muitas vezes, esquece a importância da coletividade.

Civismo e inclusão escolar

No contexto atual, a discussão é ainda mais relevante quando pensamos nos transtornos de aprendizagem. Antigamente, pouco ou quase nada se falava sobre TDAH, dislexia ou discalculia.

Alunos com dificuldades de atenção ou rendimento eram rotulados de “preguiçosos” ou “desinteressados”. Em meio a desfiles e hinos, não havia espaço para compreender que cada criança aprende de forma diferente.

Hoje sabemos que a inclusão precisa caminhar junto ao civismo. Formar cidadãos é mais do que repetir frases de efeito: é garantir espaço de participação para todos.

Valores que permanecem

Marchar em um desfile não significa apenas dar passos sincronizados. Representa aprender sobre respeito às regras, disciplina e coletividade. São lições que extrapolam a sala de aula e ajudam a formar cidadãos conscientes de seus direitos e deveres.

A escola, quando valoriza essas práticas, amplia o olhar do estudante para além do conteúdo curricular.

Família, escola e comunidade

Outro ponto que mudou ao longo dos anos foi a relação entre família, escola e comunidade.

Antes, a preparação para o desfile envolvia todos: mães cuidavam das fardas, pais se engajavam nas organizações, vizinhos compareciam às ruas para aplaudir. Era uma rede de apoio que fortalecia vínculos sociais.

Hoje, em muitos lugares, a participação da família nas atividades escolares se tornou escassa. O individualismo ganhou espaço e a pressa cotidiana afastou os pais da vida escolar dos filhos.

Resgatando o equilíbrio

É nesse cenário que surge a reflexão: será que não perdemos algo essencial ao abrir mão de práticas cívicas coletivas?

Não se trata de romantizar o passado, mas de compreender que valores como respeito, união e identidade nacional precisam ser resgatados, especialmente diante dos desafios educacionais contemporâneos.

No campo dos transtornos de aprendizagem, os desfiles e eventos coletivos podem se tornar espaços de inclusão. Ao invés de excluir a criança que não consegue acompanhar o ritmo, a escola pode buscar adaptações, garantindo a participação de todos.

Assim, o civismo deixa de ser padronização rígida e se torna integração de diferenças em prol de um objetivo comum.

Tradição e inovação caminhando juntas

A harmonia social nasce do equilíbrio entre tradição e inovação. Não podemos abrir mão dos avanços pedagógicos e das políticas inclusivas conquistadas nas últimas décadas.

Mas também não devemos apagar as memórias de uma época em que o civismo promovia senso de comunidade. O desafio é encontrar o ponto de encontro: resgatar práticas coletivas que reforcem a identidade nacional e, ao mesmo tempo, adaptá-las ao contexto atual.

Reflexão final

A pergunta que fica é simples: queremos formar apenas indivíduos que saibam conteúdos ou cidadãos conscientes da importância do coletivo?

O civismo, quando associado à inclusão, pode ser uma poderosa ferramenta de reconstrução de valores e fortalecimento de laços sociais.

No passado, tínhamos orgulho de dizer: “Éramos mais brasileiros.” Talvez essa frase não represente apenas saudade, mas um chamado para repensar o que significa ser brasileiro hoje.

Mais do que desfilar em fardas engomadas, é preciso marchar juntos rumo a uma sociedade mais justa, inclusiva e consciente de sua própria identidade.


🇧🇷 Setembro, 07 de 2025

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Palavra-chave: civismo, educação, aprendizagem, inclusão aparecem naturalmente.

Por Ednalva Melo🌻

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