Quando a escola é a primeira a notar:Caso Enzo e o olhar necessário para além das travessuras
✍️ Quando a escola é a primeira a notar: o caso de Enzo e o olhar necessário para além das travessuras
Por Ednalva Melo
Enzo tem apenas 4 anos e, neste ano, foi pela primeira vez para a escola. Em casa, a chegada da vida escolar foi motivo de festa: cada gesto, cada palavra, cada travessura era recebido com risadas e olhares de encantamento. A família via tudo como lindo e maravilhoso.
O que ninguém imaginava é que, por trás das peraltices, havia sinais de que algo não ia tão bem. À medida que o tempo passava, comportamentos desafiadores se tornavam mais frequentes e difíceis de lidar.
Nos primeiros dias de aula, Enzo parecia se divertir muito, mas, com o tempo, seu comportamento começou a preocupar. Atividades que exigiam concentração, momentos de silêncio, escuta atenta e obediência fugiam totalmente do seu controle. Quando a professora observou a situação e compartilhou com a equipe multidisciplinar da escola, os pais foram chamados para conversar. Foi nesse momento que relataram que, em casa, Enzo apresentava as mesmas dificuldades.
Diante desse cenário, pais e escola precisam agir juntos. É fundamental compreender que a situação de Enzo requer análise cuidadosa. Antes de qualquer diagnóstico definitivo, existe um caminho a ser percorrido: até os 7 anos de idade, muitas questões no desenvolvimento ainda estão em formação, e a observação contínua é essencial. Nesse período, o trabalho conjunto entre escola e família, com o suporte de profissionais especializados, é imprescindível para garantir que a criança tenha acesso a atividades adaptadas e que favoreçam seu aprendizado e desenvolvimento.
É importante lembrar que tanto o TDAH quanto o Transtorno do Espectro Autista (TEA) são condições que podem acompanhar o indivíduo por toda a vida e exigem acompanhamento especializado, desde a infância até a vida adulta. O olhar precoce e o cuidado contínuo fazem toda a diferença no futuro dessas crianças.
Não basta “achar engraçado” ou “achar que é fase” — cada comportamento é uma janela que pode revelar necessidades ocultas. Pais, professores e profissionais devem ser parceiros nesse processo. Detectar cedo, compreender com empatia e intervir de forma adequada é oferecer a Enzo — e a tantas outras crianças — a chance real de desenvolver todo o seu potencial. Porque, na educação e na vida, prevenir, cuidar e incluir é sempre melhor do que remediar.
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✍️Agosto,14 de 2025
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