Criança Esperança:Transformando Vidas e Promovendo Inclusão

💞Criança Esperança: Transformando Vidas e Promovendo Inclusão💕

✍️ Por Ednalva Melo🇧🇷

O Criança Esperança, projeto da Rede Globo em parceria com a UNESCO, é mais do que uma campanha televisiva. Trata-se de uma mobilização social de grande alcance, que vai além da arrecadação financeira e atua diretamente em iniciativas educativas, culturais e de saúde. Desde sua criação, o programa reafirma o compromisso com a infância e a juventude brasileiras, em consonância com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que assegura prioridade absoluta à infância (BRASIL, 1990).

Mas vamos ser claros: em um país onde desigualdade e exclusão ainda são rotina, a existência de projetos como esse expõe o quanto o Estado falha em cumprir seu papel. Se não fossem iniciativas sociais, quantas crianças continuariam invisíveis nas salas de aula, sem diagnóstico, sem apoio e sem perspectiva? O Criança Esperança mostra que é possível fazer a diferença, mas também nos cutuca com uma pergunta: por que ainda precisamos de campanhas para garantir o básico, como educação e dignidade?

Um exemplo é o projeto “Aprender e Brilhar”, desenvolvido em uma escola pública do Nordeste. A instituição atende crianças em situação de vulnerabilidade social, muitas delas diagnosticadas com TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade) e autismo leve. Sem apoio, seriam estatísticas de fracasso escolar. Com a intervenção, viraram histórias de superação.

O caso de Lucas, 9 anos, é revelador. Diagnosticado com TDAH, acumulava reprovações e era rotulado como “problemático”. Com atendimento psicopedagógico, atividades lúdicas e acompanhamento contínuo, recuperou a autoestima e passou a aprender com prazer. Ana, 8 anos, com autismo leve, encontrou nas oficinas de arte e música uma forma de interagir e desenvolver habilidades sociais. Dois exemplos que provam: inclusão não é utopia, é prática quando existe vontade.

Essas histórias deixam claro que o Criança Esperança não é apenas um programa exibido uma vez por ano. Ele é um agente de transformação social. Crianças antes vistas como incapazes tornaram-se protagonistas da própria aprendizagem. Isso mostra que a educação inclusiva, prevista no ECA e na Convenção sobre os Direitos da Criança (ONU, 1989), só se concretiza quando alguém decide agir de verdade.

E aqui está o ponto incômodo: inclusão não depende apenas de dinheiro. Depende de planejamento, conhecimento e dedicação. Projetos como esse fortalecem a parceria entre escola, família e comunidade, criando redes de apoio que identificam dificuldades precocemente e oferecem soluções. É nesse trabalho conjunto que ciclos de exclusão são quebrados.

Crianças com TDAH, autismo ou vivendo em vulnerabilidade social não precisam de pena, precisam de oportunidade. Quando recebem acompanhamento adequado, alcançam seu potencial máximo. E cada passo conquistado por elas é um golpe contra a desigualdade que insiste em se perpetuar.

O problema é que ainda depositamos grande parte da responsabilidade em projetos sociais e campanhas de televisão. Não deveria ser assim. O Estado tem obrigação de ampliar políticas públicas consistentes, mas a sociedade também precisa sair da zona de conforto. Ficar apenas aplaudindo na frente da TV não basta. Inclusão é prática cotidiana, não espetáculo anual.

Investir em crianças é investir no futuro coletivo. Cada atendimento psicopedagógico, cada oficina artística, cada incentivo representa um tijolo na construção de uma sociedade mais justa. Quando uma criança supera barreiras, toda a comunidade se transforma. O Criança Esperança mostra que solidariedade pode virar estrutura, mas só terá impacto duradouro se o engajamento for constante.

Em tempos de crises sociais e educacionais, apoiar iniciativas como essa é mais do que um gesto bonito: é compromisso. A pergunta que fica é simples, mas incômoda: queremos apenas assistir ou estamos dispostos a assumir nosso papel?

Portanto, apoiar o Criança Esperança não é caridade, é responsabilidade. Cada contribuição, grande ou pequena, deve ser entendida como investimento em vidas que têm direito de aprender, crescer e brilhar. A infância não pode esperar. O futuro do Brasil depende de escolhas feitas agora.


Referências

BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm. Acesso em: 29 ago. 2025.

ONU. Convenção sobre os Direitos da Criança. Nova York, 20 nov. 1989. Disponível em: https://www.unicef.org/child-rights-convention. Acesso em: 29 ago. 2025.

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 🇧🇷(Setembro, 06 de 2025)

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