Entre Tela e Aprendizagem: Como a TV pode apoiar Crianças com Transtornos da Aprendizagem
✍️Entre Tela e Aprendizagem: Como a TV Pode Apoiar Crianças com Transtornos da Aprendizagem💕
Por Ednalva Melo💞
Em tempos modernos, a aprendizagem infantil enfrenta desafios que vão além das dificuldades acadêmicas tradicionais. Entre esses desafios, destacam-se os transtornos da aprendizagem, que afetam significativamente o desempenho escolar e o desenvolvimento socioemocional das crianças. Entre os mais comuns estão a dislexia, o TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade), a discalculia e a disgrafia, transtornos que interferem na leitura, na escrita, na matemática e na atenção, exigindo estratégias pedagógicas específicas.
O TDAH, por exemplo, é caracterizado por níveis elevados de desatenção, impulsividade e, em alguns casos, hiperatividade, que dificultam a concentração prolongada em tarefas escolares ou atividades estruturadas. Crianças com esse transtorno podem apresentar dificuldades para acompanhar narrativas longas, organizar pensamentos e manter o foco em atividades repetitivas. Esses fatores, se não observados, podem gerar frustração e impactar a autoestima do aluno.
Neste contexto, os programas de televisão e conteúdos audiovisuais educativos podem desempenhar um papel complementar importante. Embora a TV não substitua a aprendizagem formal, ela pode ser um recurso pedagógico valioso quando utilizada de forma estratégica. Conteúdos como “Dora, a Exploradora”, que estimula a participação ativa das crianças, ou “Mundo Bita”, com seu ritmo musical e visual colorido, oferecem estímulos que favorecem a memória auditiva, a atenção e a compreensão de narrativas curtas. Esses programas apresentam histórias estruturadas, com problemas a serem resolvidos e respostas interativas, o que pode ajudar crianças com TDAH a praticar habilidades cognitivas de forma lúdica.
Além disso, séries e desenhos com personagens que enfrentam desafios ou têm diferenças cognitivas ajudam na construção da empatia e da autorregulação emocional. Ao se identificarem com personagens que superam obstáculos, as crianças aprendem estratégias de enfrentamento e percebem que dificuldades de aprendizagem não definem seu potencial. Por exemplo, séries como “Meu Amigãozão” apresentam personagens que lidam com desafios próprios, promovendo uma narrativa de inclusão e aceitação das diferenças individuais.
A curadoria de conteúdos é essencial para maximizar os benefícios da TV para crianças com transtornos da aprendizagem. Programas muito longos ou com narrativas complexas podem gerar dispersão e desinteresse. Por isso, a preferência deve ser por episódios curtos, com elementos visuais marcantes, música, ritmo dinâmico e atividades interativas que envolvam movimento ou participação direta. Esses recursos ajudam a manter a atenção e estimulam funções executivas como planejamento, memória e tomada de decisão.
Outro ponto relevante é a integração entre mídia e prática pedagógica. Professores e familiares podem usar episódios de programas educativos como ponto de partida para atividades práticas: contar a história com suas próprias palavras, criar desenhos ou dramatizações, ou relacionar os desafios apresentados na tela com situações do cotidiano. Essa abordagem favorece não apenas o desenvolvimento cognitivo, mas também habilidades socioemocionais, como empatia, colaboração e autoestima.
É importante destacar que, apesar de todos os recursos disponíveis, nenhum programa de TV substitui o acompanhamento especializado. Crianças com transtornos de aprendizagem se beneficiam de estratégias individualizadas, acompanhamento pedagógico, psicopedagógico e, quando necessário, orientação neuropsicológica. A TV pode ser vista como um aliado, mas sempre integrada a um plano educacional estruturado.
Em um mundo cada vez mais conectado, o uso consciente e estratégico de programas televisivos educativos pode transformar a experiência de aprendizagem de crianças com TDAH e outros transtornos. A televisão deixa de ser apenas entretenimento para se tornar uma ferramenta de estímulo cognitivo, emocional e social. O segredo está em selecionar conteúdos que sejam curtos, dinâmicos, participativos e inclusivos, promovendo o engajamento e a atenção de forma lúdica e estruturada.
O futuro da aprendizagem não está apenas na sala de aula; ele passa também pelas telas que nossas crianças assistem. Quando bem escolhidos, os programas educativos podem se tornar verdadeiros aliados, transformando distração em atenção, desinteresse em curiosidade e dificuldades em estratégias de superação. A televisão deixa de ser vilã e se torna parceira da aprendizagem moderna — um aliado que ensina, entretém e inspira.
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✍️(Setembro, 05 de 2025)
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