✍️Coluna Social Educativa: Metodologia Aplicada na Alfabetização
Resumo
Esta coluna analisa as metodologias aplicadas na alfabetização, com base em referenciais teóricos contemporâneos e nas orientações da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Destaca-se a importância de práticas pedagógicas ativas, mediadas pelo professor e centradas no estudante, como meio de garantir o pleno desenvolvimento da leitura e da escrita.
Palavras-chave: Alfabetização; Metodologia; BNCC; Ensino Fundamental; Práticas pedagógicas.
Introdução
A alfabetização constitui um marco essencial da educação básica, representando não apenas o domínio da leitura e da escrita, mas também a inserção do sujeito em práticas sociais de linguagem. A metodologia aplicada nesse processo assume papel central na promoção de aprendizagens significativas. No Brasil, esse debate ganhou força a partir de autores como Magda Soares (2017), Paulo Freire (1989) e José Moran (2018), que, em diferentes perspectivas, apontam a alfabetização como prática social, cultural e pedagógica que exige engajamento ativo do estudante.
Desenvolvimento
O papel das metodologias na alfabetização
A alfabetização deve superar práticas mecanicistas, em que a criança é apenas receptora de conteúdos. Soares (2017) defende que alfabetizar e letrar são processos indissociáveis, sendo necessário ensinar o código escrito ao mesmo tempo em que se insere o estudante em práticas sociais de leitura e escrita.
Freire (1989) complementa essa visão ao afirmar que a alfabetização precisa ser dialógica, problematizadora e conectada com a realidade dos sujeitos. Essa perspectiva aproxima-se das metodologias ativas defendidas por Moran (2018), para quem “é impossível alfabetizar sem aprendizagem ativa”, pois o estudante aprende de forma mais consistente quando participa, experimenta e atribui significado ao que aprende.
Alfabetização e BNCC
A BNCC (BRASIL, 2017) estabelece como meta que os alunos estejam alfabetizados preferencialmente até o 2º ano do Ensino Fundamental. Para tanto, destaca a necessidade de práticas pedagógicas que integrem leitura, escrita e oralidade de forma contextualizada. Esse documento reforça o papel do professor como mediador e a urgência de estratégias diferenciadas para atender às especificidades de cada estudante.
Metodologias aplicadas na prática
No contexto escolar, diferentes metodologias têm sido utilizadas:
1. Método fônico ampliado – prioriza a consciência fonológica, favorecendo a decodificação e a fluência na leitura.
2. Construtivismo – considera as hipóteses de escrita do estudante, valorizando o erro como parte do processo de aprendizagem.
3. Metodologias ativas – projetos, resolução de problemas, leitura compartilhada e jogos pedagógicos que estimulam participação e autonomia.
4. Modelo híbrido – combina práticas presenciais e digitais, explorando aplicativos, plataformas interativas e ambientes virtuais de leitura.
A adoção de uma metodologia única não atende à complexidade do processo. O professor precisa integrar práticas, ajustando-se ao ritmo, às necessidades e ao contexto sociocultural da turma.
Avaliação contínua
Outro ponto relevante é a avaliação. Para Moran (2018), a avaliação deve ser processual e formativa, permitindo que o professor acompanhe o desenvolvimento do estudante em diferentes etapas. Assim, registros, sondagens de escrita e observações sistemáticas tornam-se ferramentas indispensáveis para diagnosticar avanços e intervir de modo eficaz.
Conclusão
A metodologia aplicada na alfabetização não pode limitar-se a técnicas isoladas ou à simples transmissão de conteúdos. É fundamental compreender a alfabetização como prática social, cultural e cognitiva, na qual o professor atua como mediador e o estudante como sujeito ativo do processo. Integrar métodos tradicionais, construtivistas e inovadores, aliados às orientações da BNCC, constitui um caminho para garantir o desenvolvimento pleno da leitura e da escrita. Em suma, alfabetizar é formar leitores e escritores críticos, capazes de interpretar e transformar a realidade por meio da linguagem.
Referências
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2017.
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 23. ed. São Paulo: Cortez, 1989.
MORAN, José. Metodologias ativas para uma aprendizagem mais profunda. São Paulo: Papirus, 2018.
SOARES, Magda. Alfabetização: a questão dos métodos. 14. ed. São Paulo: Contexto, 2017.
© ⚖️ Ednalva Brito de Melo – 29 de setembro de 2025
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